E chegou o primeiro dia!
O primeiro de todos!
Irá haver muitos mais primeiros dias, mas hoje... hoje, foi mesmo o primeiro de todos os primeiros dias!
A RITA FOI PARA A CRECHE!
Depois de alguns meses a pensar no assunto, lá decidimos que seria o melhor para a Rita, para o seu desenvolvimento, mas também para mim, principalmente para a minha saúde mental.
Assim, a Rita pode estar com outras crianças e crescer, e eu posso organizar a minha vida e fazer o que mais gosto: fotografar!
Não vou dizer que foi fácil. NÃO FOI! NÃO É!
Aliás... comecei a sofrer precisamente uma semana antes, quando fui fazer a inscrição. Mesmo no caminho quando fui dizer: sim, ela vem para a creche.
Organizar a cabeça e encaixar que a R iria para a creche não foi nada fácil.
No próprio dia devo dizer que parece que andava a atrasar tudo para não ter de sofrer ao deixa-la lá.
Fomos os três: a mãe, o pai e a filha...
Senti que o meu coração foi arrancado com toda a força e ganhou pernas e fugiu!
Ao longo do dia, parecia ter um cinto apertar o pobre coitado do meu coração...
Quando a deixei lá, fui ao ginásio. Desta vez sem pressas... Optei pela aula, senão não fazia nada. Mesmo assim ainda fiquei em sala mais meia hora.
Quando saí de lá... fui dar umas voltas que tinham de ser dadas e no carro, chorei. Vá... não fiz beicinho, mas houve lagrimas!
Tive o apoio do colégio e deram-me notícias! Mais outra lágrima...
Passei o dia a tentar tapar o buraco que se abriu de um momento para o outro. IMPOSSÍVEL!
Sei que ela está bem e será muito bem tratada.
Sei que piores dias virão.
E sei que melhores dias virão...
... e que irá sempre haver este coração apertado com um cinto pela falta do meu coração com pernas que fugiu de mim.
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